Assim que entrou em casa de volta do trabalho, encontrou seu marido pendurado pelo pescoço na viga do teto, bem no meio da sala. Analisou a cena por dois minutos, tentando entender o que acontecia. Viu quando ele, arrependido do gesto impensado e louco, apontou para a corda que o sustentava, querendo dizer algo sem conseguir, a garganta fechada pelo nó. Esperou mais três minutos antes de ir à cozinha, calçar um par de luvas e voltar com uma faca na mão. Seu marido esboçou um sorriso de alívio quando a viu subir num banquinho para alcançá-lo.
“Se quer fazer a coisa, faça direito ou então não seja burro e não se atreva”, resmungou ela, ao mesmo tempo em que executava, com o gume afiado da faca, um talho profundo nos dois pulsos do marido. O sangue começou a escorrer e a encharcar o tapete.
Voltou para a cozinha, guardou as luvas numa gaveta e lavou a faca ensanguentada sob o jorro de água quente da torneira. Enquanto aguardava que o marido finalmente ficasse exangue, começou a preparar o jantar. Estava com vontade de comer lasanha aquela noite.