Felícia se achegou ronronando, olhei o visor do celular e apenas passei a mão nela, a minha gata amiga e companheira.
Nem a olhei, não era hora de comer e, se ela tem os truques dela, eu também desenvolvi os meus. A convivência, a rotina faz dessas coisas.
Eu e ela não brigamos, nem criamos traumas.
O que não é comum entre pessoas, ah não!
Como assim? Ora, se não há conflitos, os experts em palestras, cursos, imersões e demais produtos para destravar “gatilhos”, curar a criança interior, ressignificar e todas essas maravilhas não sobreviveriam!
Se não estivermos “alinhados”, a solução está aí, ao nosso alcance , em suaves ou nem tantas parcelas mensais.
É inadmissível que nós, pessoas esclarecidas e atualizadas com as inúmeras soluções disponíveis, ainda não estejamos “terapeutizados” e vivendo prósperos e felizes!
Resolvi diminuir o tempo, procurei alguma leitura interessante no celular.
Lixo. Anúncios e quetais de coachs, vendedores de pó (não me entendam mal!) e chás, para reumatismos, gastrites, quedas de cabelos, impotências, e o que você precisar.
Olho o mostrador do celular. A hora avançou, mas o sono não retornou.
Continuei a me ocupar no infinito mundo virtual, até que cheguei ao threads…
Não, não posso chegar ao fundo do poço.
Cubro a minha cabeça e retomo o velho e eficiente conselho dos meus avós: contar carneirinhos…
Os gatos são incríveis e fofos. Mas sabemos que eles têm essa personalidade forte. 😂😂