Alexandre Leidens

Alexandre Leidens é um cronista nascido em Gaurama/RS radicado no Paraná, leitor compulsivo, cínico e pessimista. Retrata os meandros do cotidiano com o desdém tragicômico dos velhos ranzinzas. Também trabalha com coisas sérias, mas gosta mesmo é da reclamação e da fofoca. Hipócrita assumido, rouba livros sempre que possível e sem culpa. Adepto do chope gelado e da conversa fiada, só gosta do verão quando vai à praia. Escreve quinzenalmente para o site Crônicas Cariocas.
  • Crônicas

    Feliz Natal

    Ouvia logo cedo a música Why is it so hard, do Charles Bradley, enquanto bebericava uma cachaça Ambirá, trazida de Minas no verão passado. Acho que combinam, a música e a cachaça, fortes e encorpadas, uma canção não pasteurizada e uma pinga de alambique. Sim, sou dos que bebem pela manhã, sobretudo nas férias. Findava a primeira dose quando percebi…

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  • Crônicas

    Alienígenas do futuro

    A precisão temporal inexiste, mas quando perceberam já não havia mais tempo. Dentre os estudos publicados, podemos destacar uma corrente pregando o retorno às origens, que não angariou grandes esperanças na virada de prumo. Nesse período, confiaram em Deus, retocaram ensinamentos, refizeram passos, adoraram falsos Messias, mataram inocentes, morreram por déspotas, fizeram e foram feitos de bobos. O valor moral…

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  • Crônicas

    Spoiler a contragosto

    Henzo Felisberto, com agá, por favor, nunca gostou de spoilers. Quem conviveu com ele sabe disso. Ninguém se atrevia a lhe contar algo de antemão ou lhe adiantar o assunto. Era avesso a trailers de filmes, orelhas de livros e introduções. Nunca foi público para a fofoca e achava que a experiência perdia muito nessas antecipações indevidas. O comportamento de…

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  • Crônicas

    Sobre as angústias de um pé-frio

    Tenho muito medo da morte. Um medo estranho, próximo, escuro, paralisante por vezes, e por vezes aterrador. Isso não me obriga a amar demais a vida. Não acho tudo maravilhoso, não faço parte da galera do gratiluz nem gosto de acordar cedo. Geralmente, estimo a vida nas sextas após o expediente e nos sábados à tarde. Mesmo assim, ante o…

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  • Crônicas

    Os signos da crítica

    Costumo ler em voz alta quando estou em casa. Peguei esse hábito da minha mãe, que todo sábado à tarde distribuía na mesa da sala uma penca de cadernos e livros para corrigir trabalhos, ler e reler textos, planejar as aulas da semana seguinte, tudo em alto e bom tom. Uma resma de folhas em branco e o mimeógrafo aguardavam…

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  • Crônicas

    O hambúrguer e o pós-estruturalismo publicitário

    Lavava o banheiro num sábado à tarde ouvindo um quilométrico solo do Zakk Wylde quando uma propaganda em volume absurdo atravessou a música anunciando a inauguração da mais nova hamburgueria da cidade, naquela noite, com diversas atrações e um precinho supimpa. Toda vez que isso acontece me culpo por não pagar uns míseros reais para matarem os anúncios do aplicativo.…

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  • Crônicas

    Empolgação mata

    Os primeiros duzentos metros foram tranquilos, com exceção do tênis apertado e da provável gestação de uma bolha no calcanhar. Também apareceu a taquicardia, a omissão do fôlego e o arranhar dos joelhos, mas estava tudo bem. Só depois, talvez na casa dos trezentos, brotou-me a desconfortável memória muscular de uma distensão na virilha. A caminhada até lá foi uma…

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