Campista Cabral

Campista Cabral, leitor assíduo dos portugueses Camões e Pessoa, do poetinha Vinícius, herdou deles o gosto pelo soneto. A condensação dos temas do cotidiano, assim como a reflexão sobre o fazer poético, parece procurar a sua existência empírica ou, nas palavras do poeta, um rosto perfeito, na estrutura do soneto. Admirador e também leitor obsessivo de Umberto Eco, Ítalo Calvino, José Cardoso Pires, Lobo Antunes, do mestre Machado de Assis e do moçambicano Mia Couto, retira dessas leituras o gosto pela metalinguagem, o prazer em trabalhar um espaço de discussão da criação literária em sua prosa. A palavra, a todo instante, é objeto base dos contos e das crônicas. A memória, o dia-a-dia, o amor, as sensações do mundo e os sentidos e significados da vida estão presos nos mistérios e assombros da palavra.
  • Contos

    O NEVOEIRO

    Metáfora. Figura de Linguagem que consiste em comparar dois ou mais elementos de forma indireta. Conforme o dicionário, a metáfora nos presta este favor. Aliás, um grande favor! Sem a metáfora, a imagem do que falamos ou escrevemos não teria a mesma expressividade! Aqui, nestes rascunhos e esboços de um tempo, a metáfora nos serve como uma imagem de alerta,…

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  • Crônicas

    CRÔNICA CAMONIANA

    Quando dois olhos se olham de uma maneira inesperada e se encontram e se sabem tão íntimos e tão inteiros, sente-se o fogo que arde sem se ver. Quando dois seres se veem próximos o bastante para dizer e celebrar o momento, vive-se o não contentar-se de contente. Quando duas bocas esperam, ansiosas, o suave toque ou o roçar de…

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  • Poesias de 1 a 99

    6 poemas de Campista Cabral

    #06 – FAZER POÉTICO O primeiro verso é um pouco como o arPalavras soltas, palavras para cá e para láMas mãos cuidadosas vão caçando no brincarE o céu poético se ordena e tudo lá está. O quinto verso, já encorpado, é como a terraPalavras fortes e consistentes que criam raizE mãos habilidosas escolhem no tempo de esperaE o chão poético…

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  • Ensaios

    O NARRADOR

    Nós, humanas criaturas, contamos, desde sempre, histórias. Histórias para ninar, histórias para assustar, histórias de amor e outras sem fim, histórias de nós mesmos e histórias para divertir… O fato é que não importa a finalidade, contamos histórias. E elas, as histórias, têm um dono! Não falo dos autores, não falo dos editores e tampouco dos que representam a indústria…

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  • Crônicas

    A primeira crônica do ano

    Esta é a primeira crônica do ano. Um ano novinho cheio de sonhos e projetos para o futuro! Esta é uma crônica de início. Uma crônica que cheira o novo, como presente recém-aberto, esperando ser tocado, usado, experimentado pela primeira vez… O que imaginamos de um ano que se inicia? Que sejamos felizes e tenhamos paz? Que conquistemos tudo aquilo…

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  • Crônicas

    Então é natal! 

    ♫ Então é natal!E o vendedor na esquina oferece milhares de produtos aos que passam. E vende-se isso e aquilo! E vende-se com muito brilho! ♫ Então é natal!E as filas dobram, triplicam, numa algazarra somente vista nesta época. Ninguém tem paciência para nada! ♫ Então é natal!E as vitrines anunciam roupas e calçados e eletrônicos dos mais variados tipos…

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  • Ensaios

    Um Exercício de Escrita – O Rio e o Pescador

    Como contar um conto? Uma pergunta instigante para mim, sempre viva e colorida no ato de escrever. Contar um conto é construir uma armadilha; pegar um pássaro raro e ouvi-lo cantar; por fim, alegrar-se pelo feito e comemorar. Um conto é um mundo, um mundo repleto de vozes, gestos, sombras, folhas e musgo; um trabalho inquieto de mãos atarefadas e…

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  • Crônicas

    A minha pátria

    Quando escrevo sobre a minha pátria, eu fico confuso. Penso em tudo que amo e, ao mesmo tempo, penso em tudo que odeio. Quando escrevo sobre a minha pátria, sinto calor, arrepio, felicidade, dor, enjoo, sinto frio… Quando escrevo sobre a minha pátria, a palavra evidente é contradição! A minha pátria é o paraíso, o céu azul, o mar aberto…

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  • Crônicas

    Crônica Burocrática

    A crônica começaria agora, mas é preciso antes que o leitor e o cronista paguem a taxa necessária ao andamento das crônicas. A TADC. Parágrafos são caros. Quando saem do mundo real então! Cada palavra tem seu preço tabelado. Cada figura de linguagem uma alíquota a mais. Por isso, cuidado com as vias! Uma para o leitor, outra para o…

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  • Crônicas

    A crônica de todos nós

    A crônica tem todos os rostos: brancos, pretos, asiáticos e mais! A crônica tem todas as cores, odores e sabores que podemos imaginar! A crônica é, como diria o poeta, uma janela para o mar! A crônica tem todas as linguagens e gestos e sinais! A crônica é simplesmente a crônica. Assim leve como um sorriso, quente como um abraço,…

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