Crônicas

Os Marçais e os tais

Eles invadiram o Brasil! Na malandragem, na picaretagem, com suas falas instantâneas e posturas messiânicas, são virais!

Destroem debates e cérebros e querem muito mais!

Dividem o país já dividido,

Entopem o sistema já entupido com suas porcarias e quinquilharias digitais!

Eles são os Marçais!

Têm, todos eles, algumas diferenças, mas, no fundo, são iguais:

Egoístas, egolatras, estúpidos e fenomenais!

Fenômenos nas bizarrices, nas idiotices, nas fanfarronices eleitorais!

Vão ganhando seguidores atrás de seguidores! Na sua ignorância, são tratados como doutores, como pessoas especiais!

Ganham rios de dinheiro, o ano inteiro com fórmulas triviais!

São grandes imbecis, mas se vendem como geniais!

Eles são os Marçais!

No fim de tudo, em terra arrasada, ensinam o impossível e o intransponível!

Entre emblemáticas afirmações, vendem tudo: pátria, caráter, sentimentos e emoções!

São profissionais, os Marçais,

Vendedores de ilusões!


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Campista Cabral

Campista Cabral, leitor assíduo dos portugueses Camões e Pessoa, do poetinha Vinícius, herdou deles o gosto pelo soneto. A condensação dos temas do cotidiano, assim como a reflexão sobre o fazer poético, parece procurar a sua existência empírica ou, nas palavras do poeta, um rosto perfeito, na estrutura do soneto. Admirador e também leitor obsessivo de Umberto Eco, Ítalo Calvino, José Cardoso Pires, Lobo Antunes, do mestre Machado de Assis e do moçambicano Mia Couto, retira dessas leituras o gosto pela metalinguagem, o prazer em trabalhar um espaço de discussão da criação literária em sua prosa. A palavra, a todo instante, é objeto base dos contos e das crônicas. A memória, o dia-a-dia, o amor, as sensações do mundo e os sentidos e significados da vida estão presos nos mistérios e assombros da palavra.

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