Sem grilhões
Li agora a pouco, cinco minutos dentro do dia 1º de outubro, que ninguém pode ser preso no Brasil. Calma, não foi instituído nenhum perdão antecipado para crimes e criminosos e muito menos entramos no estado do “vale-tudo”. É só efeito da legislação eleitoral, cujos detalhes não sei nem conferi e se você que me lê estiver muito curioso vai lá e pesquisa, combinado?
Porque o assunto aqui é outro.
Bom seria se pudéssemos nos livrar dos grilhões antecipadamente.
As amarras da vergonha e do medo.
Não sentir culpa por nada.
Não evitar o ato pela mania besta de antecipar que pode dar errado.
Correr riscos, sim, porque o desconhecido nem sempre é ruim.
Andar de cabeça erguida sem temer o dedo acusador, a censura.
Expressar quem você é e o que deseja ser.
Não se envergonhar porque abriu a porta errada e ter coragem de dar um passinho para trás.
Suspirar profundamente ao invés de responder o que não merece resposta.
Afirmar que beber café em pé é melhor porque a bebida desce mais fácil.
Defender por menos de um minuto uma tese sem sentido, como essa aí de antes do café.
Mas não abrir mão da cerveja sem pressa, essa sim, sentada e em boa companhia.
Lembrar que nem sempre a solenidade combina com o vinho.
E que para quem gosta de cerimônia até copo da água deve ser tomado com mesura.
Que as coisas simples são boas porque são simples, mas um tantinho de sofisticação faz um bem danado também.
Por fim, tem sempre o ponto. Simples, de exclamação, interrogação ou de ônibus. Que marca um fim, como na ortografia, ou um novo começo, como no transporte.
Seja bem-vindo ao nosso Crônicas Cariocas. Seus textos são incríveis inspiradores.
Seja muito bem vindo Fernando Antônio estava com saudades das tuas crônicas.