Livros

  • Livro, o cachorro encadernado

    Tenho uma relação antiga com o livro. E feliz.

    Acredito que ninguém é obrigado a ler tudo. O básico de cada um é o resultado de suas predileções e inclinações, momentâneas ou não, ditadas por tantas coisas que reúnem um pouco de tudo que se chama você. Mutante por natureza, esponja que absorve e que despeja os excessos pelo caminho.

    O olhar muda com o tempo porque é forjado por nossa maturidade. Não ter idade para ler alguém é uma verdade, mesmo que incomode nossa vaidade intelectual. Acontece. Às vezes, você retorna ao livro mais adiante na sua vida. Às vezes, ele desaparece pelo caminho. Nossa estante de livros, a metafórica, quero dizer, não é melhor nem pior do que a dos outros. São nossas escolhas, sem competir com ninguém.

    Na adolescência, alguns amigos se tornaram fãs de J.R.R. Tolkien e sua saga “O Senhor dos Anéis”. Eu descobri Garcia Márquez a partir de “Cem anos de solidão”. Nossos caminhos literários não se cruzavam. Eles insistiam em me dizer que eu não sabia o que estava perdendo por não conhecer a Terra Média. Lá em Macondo, eu balançava minha rede e suspirava.

    Influências externas podem te empurrar na direção de uma estante. Ou te afastar dela. Mas o que dizer dos estalos que nos chegam de repente? Sabe quando nosso olhar examina a obra e uma voz baixinha nos diz: “acho que vou experimentar esse aí”…

    Ser leitor é muito bom.

    Houve uma época da minha vida em que levava, por baixo, uma hora e meia de casa ao trabalho. E, para voltar também, não tinha refresco. Pegava duas conduções e, na primeira, a de uma hora, eu conseguia viajar sentado. Como sempre pegava o ônibus no ponto final, tanto na ida quanto na volta, era tranquilo. E, para ocupar o tempo, eu lia.

    Foram mais de seis meses nesse trajeto até mudar de casa. Nesse tempo, Guimarães Rosa me fez companhia. Li “Grande Sertão: Veredas” nessas duas horas diárias de viagem. Lembro até o que fiz no dia em que Riobaldo uivou de tristeza. Interrompi a leitura, completamente afogado pelas emoções do jagunço, e lancei um olhar perdido na cidade à minha volta. Sertão bruto me cercava. E Riobaldo uivava.


  • Como vejo o mundo!

    Quem gosta de viver com a sombra dos outros é o cacau, cultivado em regiões com temperaturas superiores a 21ºC. O clima frio ainda prejudica a qualidade das sementes, por isso o plantio é recomendado em regiões mais úmidas e quentes. Como o cacaueiro necessita de arborização para ficar protegido dos raios solares, seu brilho e sua vida dependem muito da sombra que o protege.

    Viver dessa forma ou por vezes no escuro, não deveria ser motivo de desistência, apenas uma condição a ser atendida, como outras tantas necessárias para nossa subsistência.

    Folheando meu novo livro, descobri que além da Fontana Di Trevi, existem outras três fontes em Roma: Fontaine dei Quattro Fiumi, Fontana di Nettuno e Fontana del Moro, todas adornadas com esculturas. Ainda não tive o prazer de conhecê-las pessoalmente, porém, nenhum amigo ou outros tantos que já fizeram uma viagem a Roma, me descreveram a existência das fontes com riqueza de detalhes.

    O livro se chama “Como Vejo o Mundo”, escrito por Gilberto Henrique Buchmann, escritor, graduado em letras, funcionário público federal, notável viajante internacional. O Giba ilustra diversos lugares espetaculares visitados por ele, durante sua jornada de viagens internacionais independentes.

    Em sua infância alguns quiseram imaginar que ele não poderia frequentar escolas públicas, porém, a sombra lançada desde cedo, não o fez desistir de seus sonhos, apenas atrasou um pouco o despertar para a vida mundana.

    No livro ele conta suas experiências em cinco países, desde a concepção do projeto até os detalhes diários, enriquecidos em cada página desse quase guia turístico.

    Ele estuda esperanto, que é a língua planejada mais falada no mundo, por isso pôde participar do encontro da Liga internacional de Esperantistas na cidade de San Benedetto del Tronto a 164 km de Roma, tão preparado como um componente do paragone, que debatia a arte de forma superior.

    Gilberto é daquelas pessoas generosas que compartilham suas boas experiências, típico comportamento de um homem atencioso com os outros, que tem algo a nos acrescentar.

    Você pode comprar o livro no link: www.editoraviseu.com.br/como-vejo-o-mundo-viajar-sozinho-sem-enxergar-prod.html.

    Esqueci de mencionar, o Giba é deficiente visual, que lhe permite um conhecimento mais que peculiar do mundo.


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