Crônicas

Preconceitos repetidos!

O que vamos fazer com um mundo devastado depois da pandemia, já que a Organização Mundial da Saúde decretou o fim da emergência sanitária da Covid-19.

Vamos reconstruir ou renascer nossos sentimentos saudosos por tudo e todos que perdemos?

O que mais pesa é a decência na busca pelo respeito aos que sobreviveram e são o nosso presente, com frequente marca na construção do futuro, que em breve instante bate na sua porta quase sempre encostada.

Preconceito e arrogância podem matar lentamente, e ainda não temos vacina contra isso para colocar no braço, somente na cabeça teimosa, que mantém a batida das palavras maldosas disponíveis num cardápio de ofertas.

A Gordofobia, o machismo, o abuso sexual, a pedofilia, a transfobia, a homofobia, o feminicídio, e se me falhou a memória em citar outra psicopatia cotidiana não foi proposital ou preconceituosa, talvez eu não esteja preparado para colaborar da melhor forma com a lista dos que fazem parte desse grupo de iguais na dor. 

Por vezes ouço olhos me fitando com suas lástimas em viver com medo da próxima experiência ruim. 

Não me ausento na busca de argumentos para defender ou abrigar os que pisam inseguros na mesma calçada comum a todos, porém, recortada pelo comentário fiel à injustiça social. 

Temo que seja tarde ou em vão meus esforços devido ao gigantismo frequente da luta descabida, descrita diariamente pelos doídos. 

Parece que necessitamos recomeçar frequentemente esse tema, como a cultura no Brasil que sempre volta para o final da fila, porque sua sina é a adversidade permanente, e na reconstrução de si, retorna trilhar os mesmos caminhos de outrora.

Cornel West, físico, escritor, crítico social, defensor dos direitos humanos, atribui a maioria dos problemas da comunidade negra à angústia existencial derivada da experiência vivida de feridas ontológicas e cicatrizes emocionais profundas, infligidas ao longo de muitas gerações. 

O racismo faz parte da lista mencionada, e necessita ser banido de nossa sociedade porque permanece causando dor e lágrimas injustas e descabidas. 

Os estímulos de curto prazo e a euforia instantânea superam as relações sólidas e a essência da comunidade. 

Movimentos partidos de cidadãos conscientes têm mais força social, que eventos avulsos não recorrentes com base fragilizada. 

Nessa validação densa de mudança no comportamento estamos nós, que devemos esse compromisso social aos nossos iguais.

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Raul Tartarotti

Raul Tartarotti é Engenheiro Biomédico, cronista e mentor do portal www.espacodacultura.com.br, voltado a divulgação de textos de autores brasileiros. Coautor do livro "A voz dos novos tempos". Estudou filosofia clássica, contemporânea e literatura Russa. Suas crônicas têm cunho humanístico e abordam temas contemporâneos, e são publicadas em diversos sites culturais no Brasil e exterior.

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