Crônicas

Equilibristas!

Somos equilibristas! E fazemos isso com muita eficiência e profissionalismo!

Não sabemos o tamanho da nossa força até que somos forçados, por circunstâncias várias, a viver a vida nas suas complexas contradições!

Como não falar da vida e dos seus altos e baixos!?

Na verdade, vivemos entre o riso e as lágrimas, o sol e a chuva, o sabor do tempero e o insosso.

Vivemos entre dias quentes e dias frios, oscilando agudos e graves, pagando as contas, sonhando os sonhos e seguindo o fluxo!

Em um momento estamos subindo, subindo… quase voamos!

No momento seguinte, descemos e descemos… quase um túnel em direção ao centro do planeta! Transitamos entre o silêncio e a lentidão de um lugar remoto e o nervosismo e o caos da civilização! E assim, como perfeitos equilibristas, andamos por um fio, com passos ora leves e ligeiros, ora pesados e trêmulos.

E assim, como desconcertados equilibristas, estamos sempre por um fio: os compromissos, as urgências, o sim e o não! A eterna fila do pão!

Com ou sem luz, com ou sem mar, vamos seguindo…

Com ou sem dinheiro, com ou sem energia, vamos seguindo…

Na luta intensa de todo dia, escrevemos e apagamos, abrimos e fechamos os olhos diante da profusão de coisas e seres ao nosso redor!

O grande problema disso tudo é que, muitas vezes, na explosão de sentimentos e momentos, muitas criaturas acabam por cometer o maior erro, o irreparável erro: o de perceber a vida quando já não há mais tempo…


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Campista Cabral

Campista Cabral, leitor assíduo dos portugueses Camões e Pessoa, do poetinha Vinícius, herdou deles o gosto pelo soneto. A condensação dos temas do cotidiano, assim como a reflexão sobre o fazer poético, parece procurar a sua existência empírica ou, nas palavras do poeta, um rosto perfeito, na estrutura do soneto. Admirador e também leitor obsessivo de Umberto Eco, Ítalo Calvino, José Cardoso Pires, Lobo Antunes, do mestre Machado de Assis e do moçambicano Mia Couto, retira dessas leituras o gosto pela metalinguagem, o prazer em trabalhar um espaço de discussão da criação literária em sua prosa. A palavra, a todo instante, é objeto base dos contos e das crônicas. A memória, o dia-a-dia, o amor, as sensações do mundo e os sentidos e significados da vida estão presos nos mistérios e assombros da palavra.

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