
Poesias de 1 a 99
Poema #15 – EUTANÁSIA
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Sob uma chuva de outubro
o germe penetrou
no solo árido de mim,
onde as emoções se resguardavam.
Mas o sol e o raciocínio
dos meses subsequentes
atrofiaram o germe ávido
que havia trazido o amor.
E foram tantos os desencontros
do clima naquele ano
que a meteorologia afetiva
justifica-se culpando a ambos.
Agora, numa sala de espera
contígua à do esquecimento,
resta-nos como única saída
a eutanásia cúmplice
do que restou do sonho.
O Acaso das Manhãs