Poesias de 1 a 99

Poema #18 – NA PENUMBRA

.

Na penumbra
me faço grande
como minha sombra na parede.

Porém a parede
não é intacta
como a cerâmica do banheiro.

Suas imperfeições
remetem-me para além dela mesma
e me vejo em cada detalhe
mal sucedido de sua arquitetura.

Na penumbra
me faço gente
como as presenças que me povoam.

Porém o sonho
não corresponde
à realidade imaginada.

Os monólogos com a sombra
remetem-me para além de mim
e me sinto em cada possibilidade
de acender a lâmpada
e não perder o mágico domínio.

O Acaso das Manhãs

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Milton Rezende

Milton Rezende é poeta e escritor, nasceu em Ervália (MG), em 1962. Viveu parte da sua vida em Juiz de Fora (MG), onde foi estudante de Letras na UFJF, depois morou e trabalhou em Varginha (MG). Funcionário público aposentado, morou em Campinas (SP), Ervália (MG) e retornou a Campinas (SP). Escreve em prosa e poesia e sua obra consiste de quinze livros publicados. Fortuna crítica: “Tempo de Poesia: Intertextualidade, heteronímia e inventário poético em Milton Rezende”, de Maria José Rezende Campos (Penalux, 2015).

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