Por isso, escrevo
Aprender sobre literatura faz parte do meu dia a dia.
Aposentei-me após trinta e cinco anos como servidora pública. Trabalhei mais cinco anos nessa condição, até decidir que era hora de dar espaço ao novo. Mas que novo? Os jovens que me substituiriam no trabalho? A nova rotina, sem horários rígidos ou prazos? Ou, mais que tudo, o novo que sempre esteve em meu subconsciente?
A vontade de escrever, de me dedicar à literatura, de compreender meus autores favoritos e sentir o gosto de transformar em palavras o que habita minha imaginação. Resolvi estudar. Aprendi muito, mas sei que ainda há um longo caminho a percorrer.
Descobri a escrita criativa, o lirismo, o poder dos adjetivos bem escolhidos, a força das figuras de linguagem usadas no momento certo. Percebi que os acontecimentos não devem ser apenas narrados, mas transformados em literatura, com musicalidade, ritmo, beleza — e não simplesmente relatados como em um noticiário.
Aprendi a selecionar adjetivos, a escolher substantivos, a encontrar poesia nas palavras.
As narrativas devem fazer sorrir, refletir, provocar, revelar o mundo além do que se vê e se ouve. A riqueza da língua portuguesa deve encantar tanto a mim quanto ao meu leitor.
A vida dança entre amores, desamores, honra, destino, vingança, ordem ou caos — inquietação e paz.
Desses dilemas busco a matéria-prima da minha escrita, onde escolho as cores e sabores que coloco nas histórias que povoam a minha mente.
Por isso, escrevo.