
Poesias de 1 a 99
Poema #16 – Convidados
Da janela da casa onde moro
aguardo a chegada de alguns
amigos para a festa de
aniversário.
Nada se move, exceto a minha
sombra na varanda, vazada de
angústia, silêncio e noite.
Fecho as janelas da casa
onde moro e ainda dou
uma última olhada através
das frestas da veneziana.
Nada se move, exceto a noite
com a sua noção de simultaneidade
do tempo, das pessoas e das coisas.
Nada se move, exceto o silêncio
que domina o ambiente e repousa
na visão do telefone emudecido
e inútil sobre o criado-mudo.
Fecho a porta do meu quarto
e a casa onde moro fica escura,
imersa na solidão dos cômodos.
Inventário de Sombras